Literatura

PÁSSAROS

PÁSSAROS

Chega em casa, dá comida  para Natinho, conta pra ele como foi o dia. O pássaro canta um canto melancólico como se entendesse do que ela fala.  Das Dores leva a gaiola pra cozinha e enquanto faz a janta, vai conversando com o pássaro, contando as novidades, da igreja, da família, do Brasil. Você viu na televisão Natinho, aquela história? Triste né. Sabe a Marina, do Paulo? Então está grávida de novo. Parece que vai ser outro menino. Ah!! a nossa vizinha, também vai mudar. E nessa conversa termina a janta. Vai tomar banho.  A gaiola fica do lado de fora da porta. 

Entre Macabéa e Ponciá: por uma literatura que aborde a pluralidade de mulheres brasileiras

Entre Macabéa e Ponciá: por uma literatura que aborde a pluralidade de mulheres brasileiras

E vale ressaltar, para que não fique nenhuma dúvida, que eu não estou dizendo que uma personagem é melhor ou mais representativa que outra. Ou ainda, que uma autora seja melhor ou maior que outra. O que quero compartilhar com vocês é que na pluralidade das mulheres brasileiras, qualquer iniciativa que se pretenda homogênea é capenga e inconsistente. Isso serve tanto para literatura como para o feminismo. Se de fato, quisermos pensar a diversidade das mulheres brasileiras, precisamos entender que existe Macabéa, Ponciá e tantas outras. Fico pensando que para quem se nomeia feminista, ler “Mulheres que correm com lobos” e não ler “Niketche” é um equívoco colonial. Porque são perspectivas diferentes, que enriquecem de forma gigante o debate feminista.

<strong>Bolinho de grão de bico e queijo ou não existe segunda chance</strong>

Bolinho de grão de bico e queijo ou não existe segunda chance

Bate o grão de bico cru no liquidificador com meia xicara de chá de água.  Gosta dessa receita. Inacreditável que não vai farinha, leite, ovos ou fermento. O grão de bico já está molinho depois de 15 horas de molho. Ainda no liquidificador ela acrescenta sal, duas colheres de azeite e 100 gramas de queijo ralado.  Está pronto. Bate bem. Então, tira, mistura cebolinha picada e coloca em forminhas de empada untadas com óleo e farinha.

Em busca de mim: a biografia de Viola Davis

Em busca de mim: a biografia de Viola Davis

A biografia de Viola Davis (265 páginas) é um livro bom de se ler. Uma menina pobre, extremamente pobre (miserável é a palavra), que passa por tudo quando é coisa ruim nessa vida e que encontra na arte a possibilidade de construir uma outra trajetória. Mas essa outra trajetória não é mágica, não é da noite para o dia. Ela não é transportada da noite para o dia de uma realidade de casa cheia, pessoas viciadas e cheiro de urina, para o tapete vermelho. Não. Ela vai se construindo. Interessante é que pelo que o livro deixa entender, boa parte da família dela segue na pobreza, já que ela não tem condições de sozinha, ajudar todo mundo.

Niketche: A dança da vida das mulheres

Niketche: A dança da vida das mulheres

Rami é casada com Tony há 20 anos e tem cinco filhos. Tony é rico. Ela começa a investigar os casos extraconjugais de Tony e descobre que, além dela são outras quatro mulheres: A Ju, a Lu, a Sally e a Mauá Salué. Essas mulheres têm filhos do Tony, são família dele também. Rami sofre e chora, bate nas outras mulheres e apanha delas. No aniversário de 50 anos do Tony, Rami faz uma grande festa e convida todas as 4, oficializando a poligamia. Mesmo que legalmente não seja reconhecida no país e vista como atraso por alguns, o costume permanece. E Rami se aproveita desse costume para expor o marido, diante da sociedade