feminismo

Entre Macabéa e Ponciá: por uma literatura que aborde a pluralidade de mulheres brasileiras

Entre Macabéa e Ponciá: por uma literatura que aborde a pluralidade de mulheres brasileiras

E vale ressaltar, para que não fique nenhuma dúvida, que eu não estou dizendo que uma personagem é melhor ou mais representativa que outra. Ou ainda, que uma autora seja melhor ou maior que outra. O que quero compartilhar com vocês é que na pluralidade das mulheres brasileiras, qualquer iniciativa que se pretenda homogênea é capenga e inconsistente. Isso serve tanto para literatura como para o feminismo. Se de fato, quisermos pensar a diversidade das mulheres brasileiras, precisamos entender que existe Macabéa, Ponciá e tantas outras. Fico pensando que para quem se nomeia feminista, ler “Mulheres que correm com lobos” e não ler “Niketche” é um equívoco colonial. Porque são perspectivas diferentes, que enriquecem de forma gigante o debate feminista.

Entre o patriarcado negro e o feminismo branco burguês: provocações de uma feminista negra trabalhadora

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Nessa direção nós, mulheres negras, seguimos sem lugar nessas lutas. Vamos focar em classe e perceber que, mesmo quando ascendemos e ampliamos o nosso poder aquisitivo, continuamos submetidas a situações como ser “confundida”? Vamos direcionar todas nossas forças contra o racismo e ver os homens negros avançarem e nós continuarmos nos mesmos lugares e papéis? Vamos nos juntar na luta feminista e ver que para as mulheres brancas a gente continua sendo a empregada que limpa a casa enquanto elas estudam Simone de Beauvoir?